Stultifera Mente

Cada mirada estrena el mundo

viernes, octubre 31, 2003

Poema

Saber de cor o silêncio
diamante e/ou espelho
o silêncio além
do branco.

Saber seu peso
seu signo
- habitar sua estrela
impiedosa.

Saber seu centro: vazio
esplendor além
da vida
e da vida além
da memória.

Saber de cor o silêncio

- e profaná-lo, dissolvê-lo
em palavras.

Orides Fontela

Posted by: Frida / 8:26 a.m.

jueves, octubre 30, 2003

"Al llegar el invierno me gusta contemplar
ese desfile de jardineros desarmados cruzando la ciudad,
llevando sobre sus hombros
en lugar de fusiles
árboles dormidos".

(Julia Otxoa - La Nieve en los Manzanos, 2000)

Posted by: Cobaltto / 2:10 p.m.

martes, octubre 28, 2003

Noite

Sozinha estou entre paredes brancas
Pela janela azul entrou a noite
Com o seu rosto altíssimo de estrelas.

Dia

Como um oásis branco era o meu dia
Nele secretamente eu navegava
Unicamente o vento me seguia.

Sophia de Mello Breyner

Posted by: Frida / 9:13 p.m.

lunes, octubre 27, 2003

Buscar una cosa
es siempre encontrar otra.
Así, para hallar algo,
hay que buscar lo que no es.
Buscar al pájaro para encontrar a la rosa,
buscar el amor para hallar el exilio,
buscar la nada para descubrir un hombre,
ir hacia atrás para ir hacia delante.

La clave del camino,
más que en sus bifurcaciones,
su sospechoso comienzo
o su dudoso final,
está en el cáustico humor
de su doble sentido.
Siempre se llega,
pero a otra parte.

Todo pasa.
Pero a la inversa.

Roberto Juarroz

Posted by: Frida / 8:24 p.m.

domingo, octubre 26, 2003

FRAGMENTOS DE UN DECURSO AMOROSO

Desde un volskswagen
pequeña isla rodeada de sábado,
contemplo la distancia:
Mi alma es una línea;
el horizonte trazado por la mano
que te sintió madura,
fresca por dentro como una manzana.
Y deseas que te muerda.

Sergio Cordero (poeta mexicano)

Posted by: Frida / 8:36 p.m.

viernes, octubre 24, 2003

DICHO A CIEGAS

Dí si eran éstas las palabras
Míralas bien
Córtalas con cuidado
Y vamos a guardarlas
Sepultadas debajo de la casa
Tesoro rescatado
Devuelto al culto
Palabras guarecidas
Mantenidas en vida
Que de secreto se alimentan
Reverenciadas en su catacumba
Ocultas mientras dure afuera
la locura lasciva del lenguaje
Para sólo sacarlas
Cuando pisemos el silencio soberano
En la omnisciente noche de la afasia
Y antes de que la clave se nos borre
Mirarlas un instante en su esplendor
Carne verbal viviente en el silencio
Inmaculadas concepciones
Rompedoras del círculo vicioso
Otra vez mediadoras
Para que se hagan mutuos mediadores
Dos que dicen tú y yo
Antes de que la noche del amor los borre
Mas todo está fundado si al borrarse se hablan

Tomas Segovia

Posted by: Frida / 9:21 p.m.

jueves, octubre 23, 2003

Pongo estos seis versos en mi botella al mar
con el secreto designio de que algún día
llegue a una playa casi desierta
y un niño la encuentre y la destape
y en lugar de versos extraiga piedritas
y socorros y alertas y caracoles.

Mario Benedetti

Posted by: Cobaltto / 2:42 p.m.

martes, octubre 21, 2003

Amsterdam (Fragmento)

No importa en qué idioma se escriba.
Toda lengua es extranjera, incomprensible.
Toda palabra, apenas pronunciada,
huye lejos, adonde nada ni nadie puede alcanzarla.

Carlos Barbarito

Posted by: Cobaltto / 2:54 p.m.

domingo, octubre 19, 2003

Camisas alegres
gangorram agosto
no varal

Yeda Prates

Posted by: Cobaltto / 9:58 p.m.

sábado, octubre 18, 2003

Guerra

Cuando niño, ciertos cielos afinaron mi óptica: todos los caracteres matizaron mi fisonomía. Los fenómenos se alteraron. Ahora, la inflexión eterna de los momentos y el infinito de las matemáticas me persiguen a través de ese mundo donde padezco todos los éxitos civiles, restado por la niñez extraña y los afectos enormes.
Sueño con una guerra, de derecho o de fuerza, de lógica muy imprevista.
Tan simple como una frase musical.

Arthur Rimbaud

Posted by: Cobaltto / 2:43 p.m.

viernes, octubre 17, 2003

Semanas

Cuántos lunes y martes
en el polvo, detrás, por los caminos.
Serían diferentes entre sí, pero todos
parecían el mismo.

Busco las sillas, las ventanas, los lechos
de la fiebre o el llanto, del diente dolorido,
a esos lunes o martes, y ya todos
están fuera de sitio.

Forman montón de cosas, horas,
piedras, palabras, lápices, destinos,
pero fueron cruzando la puerta de hacia adentro
con mucho frío.

A veces los despierta una canción
antigua, una esquina, un amigo,
y me hace gracia de que todos entonces
me parezcan domingos.

Julia Uceda

Posted by: Cobaltto / 1:22 p.m.

miércoles, octubre 15, 2003

01/03/1920

Ophelinha:

Para me mostrar o seu desprezo, ou pelo menos, a sua indifferença real, não era preciso o disfarce transparente de um discurso tão comprido, nem da serie de "razões" tão pouco sinceras como convincentes, que me escreveu. Bastava dizer-m'o. Assim, entendo da mesma maneira, mas dõe-me mais.
Se prefere a mim o rapaz que namora, e de quem naturalmente gosta muito, como lhe posso eu levar isso a mal? A Ophelinha pode preferir quem quizer: não tem obrigação - creio eu - de amar-me, nem, realmente necessidade (a não ser que queira divertir-se) de fingir que me ama.
Quem ama verdadeiramente não escreve cartas que parecem requerimentos de advogado. O amor não estuda tanto as cousas, nem trata os outros como réus que é preciso "entalar".
Porque não é franca para commigo? Que empenho tem em fazer soffrer quem não lhe fez mal - nem a si, nem a ninguém -, a quem tem por peso e dor bastante a propria vida isolada e triste, e não precisa de que lh'a venham accrescentar creando-lhe esperanças falsas, mostrando-lhe affeições fingidas, e isto sem que se perceba com que interesse, mesmo de divertimento, ou com que proveito, mesmo de troça.
Reconheço que tudo isto é comico, e que a parte mais comica d'isto tudo sou eu.
Eu-proprio acharia graça, se não a amasse tanto, e se tivesse tempo para pensar em outra cousa que não fosse no soffrimento que tem prazer em causar-me sem que eu, a não ser por amál-a, o tenha merecido, e creio bem qeu amál-a não é razão bastante para o merecer. Enfim...
Ahi fica o "documento escripto" que me pede. Reconhece a minha assignatura o tabellião Eugenio Silva.

Fernando
(Pessoa, Fernando (1978), Cartas de Amor, Lisboa, Ática. Organização e estabelecimento do texto por David Mourão-Ferreira e Maria da Graça Queiroz.)

Posted by: Cobaltto / 4:12 p.m.

martes, octubre 14, 2003

Poema de Múltipla Escolha - Faça seu Poema

Em que tempo vivo
em que hora? de aço ( )
de água ( )
de mágoa ( )
de arma ( )

em que tempo vivo
em que hora? de faca ( )
de ferro ( )
de fúria ( )
de fuga ( )

em que tempo vivo
em que hora? de canto ( )
castigo ( )
cegueira ( )
cadeia ( )

em que tempo vivo
em que hora? de teia ( )
de muro ( )
de usura ( )
de guerra ( )

Lara de Lemos

Posted by: Cobaltto / 9:28 p.m.

lunes, octubre 13, 2003

"Quando eu faço um desenho, eu não tenho a intenção que as pessoas riam.
A intenção é de abrir, e de tirar o escuro das coisas"
Henfil

Posted by: Cobaltto / 10:25 p.m.

domingo, octubre 12, 2003

Metafísica
(uma aula)

I

Peixe
pescado
descobre o ar:

não volta para contar.

II

Peixe
pescado: seu mundo é

novo
ampliado

é um mundo todo
incrível
e- infelizmente -
impossível

(para o peixe um
mundo
errado e
o seu mundo - bom -
roubado).

III

Peixe
pescado:
que novo
estudo!

"A água, então,não é tudo?"
(Há toda uma nova
física
e uma - definitiva -
metafísica).

IV

... mas o peixe
pescado
já não nada

e - é pena - não aprendeu
nada
. . . . . . . . . . . . . . . .

Orides Fontela

Posted by: Frida / 8:36 p.m.

miércoles, octubre 08, 2003

Hai Kai

Nos dias quotidianos
É que se passam
Os anos

Millôr Fernandes

Posted by: Frida / 10:33 p.m.

martes, octubre 07, 2003

Between Going And Staying

Between going and staying the day wavers,
in love with its own transparency.
The circular afternoon is now a bay
where the world in stillness rocks.

All is visible and all elusive,
all is near and can't be touched.

Paper, book, pencil, glass,
rest in the shade of their names.

Time throbbing in my temples repeats
the same unchanging syllable of blood.

The light turns the indifferent wall
into a ghostly theater of reflections.

I find myself in the middle of an eye,
watching myself in its blank stare.

The moment scatters. Motionless,
I stay and go: I am a pause.

Translated by Eliot Weinberger

Octavio Paz

Posted by: Frida / 11:29 p.m.

lunes, octubre 06, 2003

tensão (1956) - Augusto de Campos

Posted by: Frida / 11:04 p.m.

domingo, octubre 05, 2003

-¿Cuáles son los maestros que te han influenciado?
- Todos. En realidad yo no soy yo sino los demás. (Francisco Toledo, pintor mexicano)

Posted by: Cobaltto / 11:22 a.m.

viernes, octubre 03, 2003

Labirinto

Sozinha caminhei no labirinto
Aproximei meu rosto do silêncio e da treva
Para buscar a luz dum dia limpo.

Sophia de Mello Breyner

Posted by: Frida / 11:44 p.m.

jueves, octubre 02, 2003

Canción a lo que quieres

Todo es apropiado, inventa lo que quieras.
El presente es pasado,
lo que no ha sido fue
y lo oculto es perceptible.
Agítate como un mar.
El amor descubre a tu sol hundido
en tus pliegues fugitivos.

Adonis (Ali Ahmad Said)

Posted by: Cobaltto / 12:00 a.m.