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Cada mirada estrena el mundo

martes, noviembre 30, 2004

Dificultades de la traducción

más allá de vegetaciones
y palabras
mi solo argumento es este árbol
bajo su sombra
estoy conmigo

el follaje
el fulgor
se han conmovido
y no pueden traducirse

así somos nosotros
árbol tierra
ida vuelta
contigo estoy
es mi argumento
no puede traducirse

Edgar Bayley




domingo, noviembre 28, 2004















Colores

Días negros
noches en blanco.
La vida tiene
por lo menos dos colores.

Los sueños...
(nocturnos o diurnos)
son discos newtonianos...

Frida M.

viernes, noviembre 26, 2004

Nocturnos 1

No soy yo quien escucha
ese trote llovido que atraviesa mis venas.

No soy yo quien pasa la lengua entre los labios,
al sentir que la boca se me llena de arena.

No soy yo quien espera,
enredado en mis nervios,
que las horas me acerquen el alivio del sueño,
ni el que está con mis manos, de yeso enloquecido,
mirando, entre mis huesos, las áridas paredes.

No soy yo quien escribe estas palabras huérfanas.

Oliverio Girondo


miércoles, noviembre 24, 2004

En el aire

pájaro suspendido
el hombre:
colibrí aleteando en lo alto
al lado
de un ciprés

vigoroso
y solo

Any Lagos

martes, noviembre 23, 2004

La luna que no ví

En Palenque
la sombra empieza a caer sobre el palacio.
El último visitante conserva el sombrero sobre la cabeza
y el ojo iluminado por el bajo relieve.
Mira hacia abajo, agobiado por el peso de los jardines que
no existen
y el calor.

Yo seré esa figura para el foco de otro,
pero me quitaré el sombrero
(frente al sol que se va)
y pondré unas hojitas plateadas, la botella de agua,
unas pocas preguntas sobre el esplendor.

¿Qué es lo que realmente queda de una
civilización?

La noche distorsiona, el alma distorsiona.

En el aire amarillo la memoria enfatiza sus
propios solitarios patios.
La luna
va a crecer como un hongo imposible a mis espaldas,
a espaldas de cualquier manera de narrar.

Estoy cercada.
El murciélago se ha llevado mi historia. *


* El murciélago...: metáfora maya para excusarse, cuando alguien olvida lo que quería decir.

Paulina Vinderman


domingo, noviembre 21, 2004

Ya se va el tren

Subo al tren del pasado
Me conduce
al sitio en que se borra la memoria.

Los puentes son abismos.
Cada túnel
desemboca en la edad de las cavernas.

Desde el furgón de cola veo la vida.

Me dice adiós.
Y allá a lo lejos se va quedando solita.

José Emilio Pacheco

sábado, noviembre 20, 2004

"Si como el griego afirma en el Cratillo,
el nombre es arquetipo de la cosa,
en el nombre rosa está la rosa
y todo el Nilo en la palabra Nilo".

Jorge Luis Borges

jueves, noviembre 18, 2004

Que deslize

Onde seus olhos estão
as lupas desistem.
O túnel corre, interminável
pouco negro sem quebra
de estações.
Os passageiros nada adivinham.
Deixam correr
Não ficam negros
Deslizam na borracha
carinho discreto
pelo cansaço
que apenas se recosta
contra a transparente
escuridão.

Ana Cristina Cesar


miércoles, noviembre 17, 2004

Quando o homem que ia casar comigo
chegou a primeira vez na minha casa,
eu estava saindo do banheiro, devastada
de angelismo e carência. Mesmo assim,
ele me olhou com olhos admirados
e segurou minha mão mais que
um tempo normal a pessoas
acabando de se conhecer.
Nunca mencionou o fato.
Até hoje me ama com amor
de vagarezas, súbitos chegares.
Quando eu sei que ele vem,
eu fecho a porta para a grata surpresa.
vou abri-la como o fazem as noivas
e as amates. Seu nome é:
Salvador do meu corpo.

Adélia Prado

lunes, noviembre 15, 2004

Alheias e nossas as palavras voam.
Bando de borboletas multicores, as palavras voam
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas,
as palavras voam.
Voam as palavras como águias imensas.
Como escuros morcegos como negros abutres, as palavras voam.

Oh! alto e baixo em círculos e retas acima de nós, em redor de nós as
palavras voam.
E às vezes pousam.

Cecília Meireles


viernes, noviembre 12, 2004

Hölderlin


Luz não se vê tão límpida
quanto, inundando a casa,
aquela que extravasa
fugaz de qualquer lâmpada
que, de repente, exalte-
-se e atinja, por um átimo,
à beira do blecaute
mais último, seu ótimo.
Cega ao fulgor, a orelha
talvez capte de esguelha
um ultra-som que, esgar-
çador como um lamento,
provém do filamento
no afã de se queimar.

Nelson Ascher

jueves, noviembre 11, 2004

Sempre

Nem te vejo por entre a gelosia;

Nunca no teu olhar o meu repousa;

Nunca te posso ver, e todavia,

Eu não vejo outra cousa!

João de Deus

lunes, noviembre 08, 2004

manhã
luz em frestas

na cama desfeita
os desenhos do sono

segredos
nas dobras

do travesseiro

Fabio Weintraub

domingo, noviembre 07, 2004

As Casas Vieram de Noite

As casas vieram de noite

De manhã são casas

À noite estendem os braços para o alto

fumegam vão partir

Fecham os olhos

percorrem grandes distâncias

como nuvens ou navios

As casas flúem de noite

sob a maré dos rios

São altamente mais dóceis

que as crianças

Dentro do estuque se fecham

pensativas

Tentam falar bem claro

no silêncio

com sua voz de telhas inclinadas

Luíza Neto Jorge



viernes, noviembre 05, 2004

Balada das dez bailarinas do cassino

Dez bailarinas deslizam
por um chão de espelho.
Têm corpos egípcios com placas douradas,
pálpebras azuis e dedos vermelhos.
Levantam véus brancos, de ingênuos aromas,
e dobram amarelos joelhos.

Andam as dez bailarinas
sem voz, em redor das mesas.
Há mãos sobre facas, dentes sobre flores
e com os charutos toldam as luzes acesas.
Entre a música e a dança escorre
uma sedosa escada de vileza.

As dez bailarinas avançam
como gafanhotos perdidos.
Avançam, recuam, na sala compacta,
empurrando olhares e arranhando o ruído.
Tão nuas se sentem que já vão cobertas
de imaginários, chorosos vestidos.

A dez bailarinas escondem
nos cílios verdes as pupilas.
Em seus quadris fosforescentes,
passa uma faixa de morte tranqüila.
Como quem leva para a terra um filho morto,
levam seu próprio corpo, que baila e cintila.

Os homens gordos olham com um tédio enorme
as dez bailarinas tão frias.
Pobres serpentes sem luxúria,
que são crianças, durante o dia.
Dez anjos anêmicos, de axilas profundas,
embalsamados de melancolia.

Vão perpassando como dez múmias,
as bailarinas fatigadas.
Ramo de nardos inclinando flores
azuis, brancas, verdes, douradas.
Dez mães chorariam, se vissem
as bailarinas de mãos dadas.

Cecília Meireles

miércoles, noviembre 03, 2004

acordei bemol
tudo estava sustenido

sol fazia
só não fazia sentido

Paulo Leminski

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